junho 25, 2007
Notas soltas
Li outro dia no jornal uma escritora dizer que ao pé dela ninguém pode contar histórias pois ela dedica-se logo a escrevê-las.
Claro que não pretendo igualar-me a ela, não tenho condições para tal, mas também sempre adorei escrever sobre tudo. Histórias reais,ou da minha imaginação, ou ainda uma mistura dos dois. Histórias das quais eu faço parte ou talvez não. Tudo é um pretexto para dar asas a esta minha vontade louca de escrever.Quando ainda andava na escola nunca foi um problema fazer composições o problema era fazer resumos, porque quando me ponho a escrever esqueço-me e nunca mais paro. Portanto lembrei-de introduzir aqui no blog uma secção em que tento contar algumas situações verídicas ou não.Hoje por exemplo sinto-me tentada a falar da Joana(nome fictício).
A Joana teve uma infância infeliz, de fome, miséria e pouco carinho. Uma das coisas que me impressionou foi o facto de ela dizer que sempre gostou muito da escola mas não foi além da 4ª classe pois não a deixaram.Os afazeres em casa eram muitos, os 6 irmãos ocupavam muito do tempo da mãe e assim ela achou que a Joana teria de ajudar, pois era a única filha mulher.( Triste Sina).
Graças a Deus as mentalidades mudaram muito.
Casou cedo a Joana para livrar-se da tutela dos pais, mas não sabia que o que a esperava não era nada melhor. Apaixonou-se, se é que lhe deram tempo de saber o que é a paixão e casou com o Luís. O miúdo não era mau rapaz mas caiu nas malhas da droga, fazia a vida dos dois num inferno, da lua de mel depressa passou para a lua de fel.A única coisa boa daqueles 6 anos de vida em comum, foi a cristina uma criança adorável que nasceu dessa relação. A Joana continuou a viver com muitas dificuldades, uma criança pequena para criar sózinha, com o apoio dos pais nunca pôde contar. Muitas vezes sem trabalho, teve que passar literalmente fome para dar comida á sua menina.Viveu 4 anos desta maneira até que um belo dia, conhece aquele que julga poder salvá-la. Um rapaz meigo, atencioso e disposto a aceitar a sua filha.
Farta de carregar tão grande fardo sózinha decide juntar trapinhos com o João.
Para começar teve mais um filho, pois o João não tinha filhos ainda.
Um filho que ela não se cansa de dizer que adora mas que se não fosse pelo João nunca teria tido. O que importa dizer é que também desta vez o desencanto depressa chegou, o João não parava em emprego nenhum, arranjava sempre forma de o despedirem, o dinheiro era gasto em coisas supérfulas e bebida enquanto ela e as crianças passavam didiculdades. A Joana foi ficando fria, com a vida, com as pessoas, com o mundo. Esta mulher é de facto uma supermulher porque nunca desistiu,continua a criar os seus dois filhos práticamente sózinha e com base no seu trabalho. Mas é uma pessoa amargurada.
Hoje ouvi alguém perguntar-lhe: Desculpa a pergunta mas tu gostas do teu marido?
Ela respondeu, eu não gosto de ninguém, perdi a capacidade de amar, até de gostar de mim própria.
Penso pelo carinho como fala do seu animal de estimação, que ele é o único de quem ela ainda gosta muito, porque e passo a citar: Ao menos ele fica contente quando me vê chegar,não me larga a noite toda,não me trai e é inocente em tudo de mal que me aconteceu na vida. Os animais são de facto nossos amigos, mas posso concluir uma teoria minha ela tenta projectar nesse animal todo amor que tem para dar e que ninguém parece merecer.Ponho á margem deste meu comentário os filhos já que estes são pequenos e não entendem a verdadeira dimensão das coisas.
Gostava sinceramente de ainda ver a Joana de bem com a vida.
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